quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Comunicado da Direcção do CRPL

Após os incidentes do passado Domingo, a Direcção do Clube Recreativo da Praia da Leirosa vem por este meio apresentar o seu lamento profundo.
Ao longo da presente época desportiva, que muito esforço voluntário nos tem custado, temo-nos deparado com alguns episódios que ficam completamente aquém daquilo que consideramos uma prática desportiva socialmente salutar. Tentamos agir quando ocorrem, mas repudiamos totalmente as atitudes descabidamente agressivas e violentas de quem as pratica.
Aos adeptos muito devemos, pois além de assíduos, são solidários com as actividades que desenvolvemos e que não se esgotam no futebol. Todavia, não podemos de forma alguma ser coniventes com práticas que além de reprováveis mancham ainda mais a imagem que a Praia da Leirosa, justa ou injustamente, foi granjeando ao longo de largos anos de tradição futebolística e que nós, actuais dirigentes do Clube, temos vindo a tentar atenuar, ainda que de modo idealista.
Consideramos que não é oportuno nesta fase entrar em jogos cruzados de ataque/defesa até porque o estereótipo “a Leirosa é uma terra de arruaceiros e de índios” está demasiado enraizado nas mentes da opinião pública e não serão umas quantas palavras sinceras e de tristeza que irão refutar essa tese. Ainda assim, e porque temos orgulho de sermos dirigentes leirosenses a lutar por amor à camisola, temos também o direito à indignação, ainda que de uma perspectiva diferente. Basta saber ler para perceber que o que nos chega até nós pela comunicação social é contraditório e ambíguo. As afirmações constantes da edição do passado dia 8 do diário “As Beiras” que se referem à versão do Clube não foram facultadas com o intuito de servirem de resposta às declarações do Sr. Presidente da Académica e dessa forma apimentarem o artigo, provocando no leitor ilações que não correspondem à verdade. Na verdade, são resultado de uma email semanal enviado por uma directora desportiva para informar aspectos relacionados com os jogos. Indignamo-nos perante este jornalismo sensacionalista que em muito nos tem prejudicado.
Quanto aos acontecimentos do jogo, a nossa visão é imparcial e estende-se a todos os atletas de todos os clubes: o atleta deverá manter-se concentrado no jogo e alheio ao que a assistência possa dizer ou fazer. Existem recursos humanos e meios, oficialmente criados, para intervir quando as situações o exigem. Se falham, já é um assunto que nos levará a tecer outro tipo de considerações, apesar de não menos importantes, pois dizem respeito a todos os intervenientes envolvidos neste Campeonato. O jogo decorreu, sem que nada tivesse impedido a sua completa realização. Quanto ao “clima de terror” parece-nos uma visão hiperbólica da realidade, pois se tivessem havido acontecimentos dessa natureza, estamos certos que as entidades responsáveis( GNR, Fiscal de linha e árbitro) teriam tomado as devidas medidas, o que não se verificou. Após o jogo, somos conscientes que em nada a atitude invasiva dos adeptos abona a nosso favor, no entanto confiamos na competência da GNR, paga para o efeito, e tomámos a única atitude sensata ao nosso alcance- encaminhar toda a nossa equipa ao nosso balneário e tentar salvaguardar a segurança da outra equipa.. Empenhados em finalizar o trabalho inerente ao jogo, não assistimos ao desfecho do trágico acto, que sabemos ter ocorrido na via pública e não dentro do parque desportivo.
Posto isto, apenas reiteramos o nosso sincero pedido de desculpas a toda a equipa da Académica S/F informando que fomos contactados pela GNR, no sentido de nos comunicar o reforço em futuros jogos em casa. Esta situação foi inédita no nosso mandato e no que depender de nós, tudo faremos para evitar situações similares à do passado fim de semana, até porque como dirigentes empenhados num esforço contínuo para revitalizar o futebol na Praia da Leirosa, não queremos de modo algum que o nosso trabalho fique desta forma afectado, contudo muitas vezes as situações que não são avaliadas e geridas de forma imparcial por quem de direito, dão azo a episódios graves, que apesar de injustificáveis, acontecem e nos prejudicam a todos e ao futebol em geral.

Praia da Leirosa, 10 de Fevereiro de 2010

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